José Vicente do Nascimento (Zé Vicente da Paraíba) Nasceu em Pocinhos-PB, no dia 07 de agosto 1922. Começou tocar viola na adolescência incentivado pelo pai, que o levava para assistir as cantorias de violeiros nas fazendas próximas a sua casa. Tornou-se profissional nos anos de 1940, onde tocou ao lado dos Irmãos Batista, Pinto de Monteiro, entre outros nomes da cantoria.
Em 1955 gravou o primeiro LP de cantoria gravado no Brasil, pela extinta gravadora pernambucana Rosemblit. Na década de 1970, seus versos “Quanto é Grande o Autor da Natureza” foram gravados por grandes figurões da MPB (Zé Ramalho, Alceu Valença, Marília Pêra, Ruy Maurity).
Em 2005 gravou seu primeiro CD intitulado Viola e Amigos, com um perfil inovador nesse gênero musical, onde misturou poesias com violas, coco com Hip Hop, banda de pífano – dando uma nova sonoridade a cantoria.
Em 2006 recebeu o prêmio “Talentos da Maturidade” promovido pelo Banco Real, na categoria Contador de História, com a história “Minha viola, minha vida”.
No dia 09 de maio de 2008, aos 86 anos, Zé Vicente da Paraíba partiu para cantar com outros poetas no céu.
Fotos de Zé vicente da Paraíba
Discografia completa do Poeta Zé Vicente da Paraiba
LP Violeiros-Zé Vicente da Paraíba e Aristo José dos Santos 1955, (primeiro lp do gênero lançado no Brasil), LP Repentes e Repentistas-Ze Vicente da Paraíba e Passarinho do Norte 1972, LP Viola Verso Viola-Zé Vicente da Paraíba, Diniz Vitorino, Otacílio Batista,Lourival Batista e Dimas Batista 1976, LP Viola Verso Viola Vol: II-Zé Vicente da Paraíba, Zé Pequeno do Pajeú, Neve Branca de Sergipe e Zé Almeida de Alagoas 1978 e CD Zé Vicente da Paraíba Viola e Amigos 2005
Nos anos 70, Zé Vicente da Paraíba alcançou notoriedade por ter versos seus cantados por Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Marília Pêra.
“Quanto é Grande o Autor da Natureza”
João de barro engenheiro construtor
Não precisa de planta e nem projeto
Conseguiu o diploma de arquiteto
Recebido da mão do criador
Ele mesmo é o seu trabalhador
Sem gastar um centavo com despesa
Sua casa é um ninho, que beleza
Construída na árvore do pomar
Já no nível da água não entrar
Quanto é grande o autor da natureza
A aranha maior ou miudinha
Desfilando um renda muito linda
Até hoje ninguém não sabe ainda
Qual o lado que é o meio da linha
Quem andar pela flora bonitinha
Vê um grande rendado de surpresa
A ramagem naquela renda presa
Sem ninguém entender como foi feita
Outra obra de Deus, não tem receita
Quanto é grande o autor da natureza
Admiro demais a tanajura
Que ninguém vê nenhuma no verão
Mas, depois de chover na região
Aparece voando em toda altura
Inimiga da nossa agricultura
Construindo a cidade fortaleza
De onde vem a formiga com certeza
Destinada a comer nossa lavoura
Vive à custa da classe produtora
Quanto é grande o autor da natureza
O morcego nem é ave, nem produz;
É do rato metamorfoseado,
Comumente só dorme pendurado
Gosta muito da treva, evita a luz.
Com as asas de pé e se conduz
Sempre, sempre, fugindo a luz acesa
Onde tem animais na redondeza
Ele suga o sangue, sem pedir
E depois da coleta vai dormir
Quanto é grande o autor da natureza
O coqueiro na sua formação
Com os frutos ligados em um cacho
Seja alto demais ou muito baixo
Como vemos aí coqueiro anão
Apoiando os seus frutos pelo chão
Cada fruto contendo a água presa
Sem riacho, sem rio, sem correnteza,
Nem de chuva também que não pingou
Ninguém viu como foi que a água entrou,
Quanto é grande o autor da natureza.
O cachorro tem tanta lealdade,
E o dono o castiga impiamente
E o chama pra perto, bem urgente,
Esquecendo do dono a crueldade
Por desígnio ou por fatalidade
O infarto ataca de surpresa
Cai o dono, ele fica na defesa
E, uivando, avisa a todo o povo
Vai em casa correndo e vem de novo
Quanto é grande o autor da natureza
O macaco tem tanta agilidade
Que lhe chamam até de trapezista
Na destreza do corpo ele conquista
Quem lhe assiste no circo ou na cidade
Pra correr também tem velocidade
Mas no pulo demonstra mais destreza
Vai e volta com tanta ligeireza
E parece com gente, mas engana
De comida que gosta é só banana
Quanto é grande o autor da natureza.
(Zé Vicente da Paraíba)
LP VIOLEIROS - 1955
“VIOLEIROS” foi o primeiro LP do gênero lançado no Brasil, o ano era 1955. Zé Vicente da Paraíba e Aristo José dos Santos, dois dos maiores representantes do repente, lançaram pela gravadora Pernambucana Rozenblit, com o selo Mocambo, essa preciosidade. Uma curiosidade na contra capa do disco é que em vez de ter os nomes das músicas se lê as modalidades das cantorias, já que era uma novidade esse estilo de gravação em disco na época.
VIOVA VERSO VIOLA - 1976
Mais uma joia do repente Nordestino, LP Viola Verso Viola (1976), gravado nos estúdios da Rozenblit, o Poeta Zé Vicente da Paraíba interpreta “Viagem por sonho à Palestina”, o disco conta também com as interpretações dos Poetas, Diniz Vitorino, Mocinha de Passira, e dos irmãos: Dimas, Lourival e Otacílio Batista,selo passarela.
VIOLA E AMIGOS - 2005
O CD “Viola e Amigos” do poeta e repentista, Zé Vicente da Paraiba. Foi o primeiro cd do Mestre do repente e também o primeiro lançamento do selo Coreto Records, um cd com um perfil inovador nesse gênero musical, onde misturou poesias com violas, coco com Hip Hop, banda de pífano, dando uma nova sonoridade à cantoria.
Com produção musical de Herbert Lucena e Tarcisio Almeida, esse trabalho contou com as participações especiais de Raulino Silva, Rogério Meneses, Hipólito Moura, Antônio Lisboa, Edmilson Ferreira, Raimundo Caetano, Severino Feitosa e Daudete Bandeira, Oliveira de Panelas, banda de pífanos Zé do Estado, Valdir Santos, João do Pife, Tavares da Gaita e de tantos outros gênios do improviso e da poesia nordestina.
CR 001 – 2005.
LITERATURA DE CORDEL
Além de compositor, Zé Vicente da Paraíba é autor de vários cordéis e poesias. Confira abaixo alguns de seus Trabalhos:
No tempo em que eu era moço,
Montava a cavalo em osso,
Do lombo até o pescoço,
Era uma coisa só.
Derrubava atravessado,
Lançava de qualquer lado,
Dava queda em boi raçado,
Que as pernas davam um nó.
Só gostava de carreira,
Onde quebrava a madeira
No mourão, na capoeira,
Achava fácil demais.
Hoje estou diferente,
Cansado, velho, doente,
Onde tem um boi valente,
Nem com reza, eu pego mais.
Fui ligeiro como um gato
E nunca quebrei um trato,
Sendo pra correr no mato,
Eu era o mais animado.
Hoje, triste, onde habito,
Vendo os couros num cambito,
Não pego nem um cabrito;
Só se estiver amarrado.
Vendo o meu gibão mofado
Em um gancho pendurado,
Os guardas pra outro lado,
Guarda-peito e roladeira;
A corda, a xinxa eu nem falo,
O chocalho sem badalo,
Meu retrato no cavalo,
No fim da última carreira.
Em qualquer luta, com gado,
Eu sempre fui afamado.
O tirador consagrado
De leite na região.
Hoje só tenho a vontade,
Os nervos pela metade,
Com o peso da idade,
O caneco cai da mão.
Se uma rês adoecia,
Até purgante eu fazia,
Que, de longe, eu conhecia
Se era veneno ou rama.
Hoje em dia, nada faço,
Com vista curta e cansaço,
Sentindo dor no espinhaço,
Sem poder sair da cama.
Adeus queridos vaqueiros,
Colegas e companheiros,
Fazendeiros, boiadeiros
E a quem me deu troféu.
Morreu a minha esperança;
Choro igualmente criança,
Mas conservo, na lembrança,
Luvas, perneiras e chapéu.
Adeus, mimosas campinas,
Chapadas, serras, colinas,
Bebedouros e salinas,
Mourão, curral, tabuleiro!
Estou sendo positivo:
Estou vivo, mas não vivo,
A velhice é o motivo,
Não posso mais ser vaqueiro.
Autor: Zé Vicente da Paraíba
Ainda estou sem saber,
Se foi no sul ou no norte
Se foi o fraco ou o forte,
No amor ou no prazer
Ninguém soube me dizer,
Apenas suposição
Se é desejo ou paixão
A saudade sempre vem
Ou nunca amou ninguém,
Ou nasceu sem coração!
Consultei o dicionário,
Mexi na história antiga
Mas não encontrei quem diga
Correto vocabulário
Se é ato imaginário,
Não tive a realidade
Se é força da divindade
Eu não dou explicação
Se nasceu sem coração,
Quem inventou a saudade!
Saudade boa é a flor,
Porque é boa e enfeita
Outra saudade é suspeita,
No ziguezigue do amor
Vez magoa, vezes dor,
Tristeza, deslealdade
Ciúme, perversidade
Queixa, ódio, ingratidão
Se não tendo coração,
Quem inventou a saudade!
Já houve até quem dissesse,
Que só há no português
E querer ver outra vez
A pessoa que conhece
Se o tempo passa e esquece
Desaparece a vontade
Sendo assim não é verdade,
O desejo de rever
Eu vou parar sem saber,
Quem inventou a saudade!
ZÉ VICENTE DA PARAÍBA
30 de dezembro de 2005.
O poeta observa, de um monte,
O oeste ficando avermelhado
E o leste ficando acinzentado,
Com mudança total no horizonte.
Vê-se água serena numa fonte,
Que chamamos, também, de cacimbão
E o aspecto de toda região,
Confundindo a idéia do pateta.
Enriquece o juízo do poeta,
O cair de uma noite no sertão.
Quando o rosto do sol desaparece,
Escondido por trás da serrania,
Bate o sino tocando Ave Maria
E o pastor, na igreja, faz a prece.
O poeta, na hora, reconhece
O poder do autor da criação;
Ergue o peito e contempla a amplidão
Infinita, mimosa e predileta.
Enriquece o juízo do poeta,
O cair de uma noite no sertão.
Sertanejo da roça vem chegando,
Vê as cabras entrando no chiqueiro,
As galinhas subindo no poleiro
E a mulher, na cozinha, trabalhando.
Um vaqueiro, no campo, vem voltando,
Aboiando ou cantando uma canção;
Tranca as vacas de leite e dá ração;
A paisagem, da noite, está completa.
Enriquece o juízo do poeta,
O cair de uma noite no sertão.
Vê -se logo a campina iluminada
Com as luzes de tantos pirilampos,
Instalando energia pelos campos,
Sem ter poste, sem fio, sem cobrar nada.
Bacurau sobe e desce na estrada,
Nos causando a maior assombração;
Pia o mocho, no meio da solidão,
E o índio imortal atira a seta.
Enriquece o juízo do poeta,
O cair de uma noite no sertão.
Estão, no pouso, centenas de andorinhas
E os morcegos voando nos rochedos;
Muitas cabras deitadas nos lajedos,
Que serviram de mesa pras galinhas.
Lagartixas dormindo nas brechinhas
Das paredes do velho casarão;
Vê-se o galo, o peru e o pavão,
Cada um, em seu ponto, é um atleta.
Enriquece o juízo do poeta,
O cair de uma noite no sertão.
E se for uma noite de luar,
Aparecem centenas de imagens;
São as réstias da lua, nas folhagens,
Como filmes batidos no pomar.
Para o lado que o vate se virar,
Tem vontade em pegá-las com a mão;
É apenas o engano da visão,
Quem não sente, nem vê, nem interpreta.
Enriquece o juízo do poeta,
O cair de uma noite no sertão.
Fica tudo parado no momento…
As ladeiras parecem cavernosas,
Aparecem estrelas luminosas,
São lanternas de Deus no firmamento.
Sopra a brisa suave e pára o vento,
Evitando qualquer destruição;
Os rebanhos deitados pelo chão,
Passarada dormindo bem quieta…
Enriquece o juízo do poeta,
O cair de uma noite no sertão
A abelha se oculta na pousada,
Fecha a porta da sua moradia
E só volta a voar no outro dia,
Quando sente o romper da alvorada.
Já a aranha, de noite, é ocupada
Nos tecidos da sua fiação;
Vê -se a rede de tela sem cordão;
Sem ensino, improvisa o que projeta.
Enriquece o juízo do poeta,
O cair de uma noite no sertão.
Autor: Zé Vicente da Paraíba
TALENTOS DA MATURIDADE - 2006
No ano de 2006, através de uma iniciativa do amigo Herbert Lucena, concorreu e foi premiado no Concurso Talentos da Maturidade, promovido pelo Banco Real, contando a própria história: “Minha Viola, Minha Vida.”
Depoimento do Poeta Zé Vicente da Paraiba , ao receber o premio de ”Contador de História ” com a história ” MINHA VIOLA ,MINHA VIDA ” na oitava edição de talentos da Maturidade do Banco Real em 2006 na Cidade de Curitiba-PR
Fotos de Zé Vicente
HOMENAGENS A ZÉ VICENTE DA PARAÍBA
No dia 09 de maio de 2008, aos 86 anos, Zé Vicente da Paraíba partiu para cantar com outros poetas no céu.
Diversos amigos prestaram homenagens a esse grande ser humano. Confira abaixo alguns homenagens.
Levou alegria a tantos
Que hoje vertem seus prantos
Ao lembrar de sua história
Tão coroada de glória
Hoje é saudade somente
O céu ganhou um presente
E a terra está incompleta
Deus precisou de um poeta
Levou nosso “Zé Vicente”
Por tantos palcos da vida
Ganhou taças e troféus
E agora ganhou os céus
Mas a sua despedida
Deixa-nos a alma sofrida
A lamentar tristemente
Transformando o ambiente
Numa saudade completa
Deus precisou de um poeta
Levou nosso “Zé Vicente”
Mesmo a santa natureza
Que ele cantou tão forte
Na hora da sua morte
Jorrou lágrimas de tristeza
Agradecendo a grandeza
Do seu canto veemente
Que era tão atraente
E de beleza repleta
Deus precisou de um poeta
Levou nosso “Zé Vicente”
Se a beleza do seu canto
De repente ficou muda
A Deus pedimos ajuda
Para não sofrermos tanto
Que não haja o desencanto
E não esqueça facilmente
Desse que foi certamente
Da poesia um atleta
Deus precisou de um poeta
Levou nosso “Zé Vicente”
Vá José pra eternidade
Com a sua alma tão pura
Baixa o corpo à sepultura
Fica conosco a saudade
Daquela velha amizade
Que nos deixava contente
Mas mesmo estando ausente
Jamais ninguém lhe deleta
Deus precisou de um poeta
Levou nosso “Zé Vicente”
Essa é uma singela homenagem ao grande poeta
e meu amigo falecido ontem 09/05/2008.
José Vicente do Nascimento
“ZÉ VICENTE DA PARAIBA”
Autor: Carlos Alberto de Oliveira Aires
Carpina-PE, 10/05/2008
Não existi baião sem ter viola
Nem viola sem ter um desafio
Nem peleja que deixe por um fio
O Violeiro-Mestre na sacola
Ele tira os versos da cachola
Com um belo galope improvisado
Para quem ta ouvindo ali do lado
Aprender como faz melhor repente
Só quem sabe essa arte é que sente
O deleite em um verso bem bolado
Com rima, verso e poesia
Construiu o seu legado
Foi cantador afamado
De prosa em demasia
Fez a sua travessia
Lá pras bandas do sertão
Com viola sempre a mão
Decantou a Natureza
Com toda a arte e destreza
Fez escola no repente
Nordestino de Nobreza
Violeiro Zé Vicente
Nasceu lá na Paraíba
Em Pernambuco viveu
Todo nordeste cresceu
E banhou com sua liba
Não há vate que exiba
Dom Maior na poesia
Como ele bem sabia
Declamar a Natureza
Sutilmente, com leveza
Educado e prudente
Nordestino de Grandeza
Violeiro Zé Vicente
Peleja em pé de parede
Foi a profissão mais nobre
Onde defendia o cobre
Para se deitar na rede
Comprar pão, matar a sede
Era pouco o que sobrava
Mesmo assim não recuava
Seguiu sempre com firmeza
Jogou verso em correnteza
Colheu e plantou semente
Nordestina Realeza
Do poeta Zé Vicente
Letra: Herbert Lucena
Provindo da raça escrava,
De pequenina estatura,
Mas gigante na cultura,
Gênio por onde passava.
Quando alegre improvisava
Era o retrato da fé,
De Campina a São José
Levantou mais de uma taça.
A vida perdeu a graça
Sem a graça de Seu Zé!
Eu lembro de Zé Vicente
Lá no café da Matriz
Tão radiante e feliz
Ao falar sobre o repente.
Cada pessoa presente
O aplaudia de pé
Reconhecendo o que é
Nossa cultura de massa.
A vida perdeu a graça
Sem a graça de Seu Zé!
Foi um ser evoluído
Que habitou entre nós
Mas sinto que sua voz
Inda soa em meu ouvido.
A dor que tenho sentido
Vai e vem como a maré,
Hoje canta pra Javé
Pois no céu também tem praça.
A vida perdeu a graça
Sem a graça de Seu Zé!
(Mote de Fabrícia Gomes)
Glosas: Wellington Vicente.
Porto Velho, 06/09/2008.
Zeca Tratorista faz uma homenagem no funeral de Zé Vicente da Paraíba. Vídeo de Zé Carlos do Jornal Myster de Altinho-PE.
LIVRO SOBRE ZÉ VICENTE DA PARAÍBA
No dia 19 de dezembro de 2009 o poeta e escritor José Mauro Alencar (Junior do Bode) lançou o livro sobre Zé Vicente da Paraíba.
Fonte:
Arquivo pessoal da Família de Zé Vicente.
Sites da internet
Carlos Eduardo Apolínário Araújo. Pesquisador, autor do livro “Retalhos Histórico de Pocinhos”, do documentário “Pocinhos: Origens da Municipalidade” e criador do “Museu Virtual de Pocinhos”.