Por volta de 1790, José Ayres Pereira, filho de Bárbara Maria da Pobreza e do tenente Dionísio Gomes Pereira, deixou Alagoa Nova e se estabeleceu em Pocinhos, onde construiu a sede de sua fazenda, fundando o que viria a ser o núcleo que daria origem a Pocinhos.
Segundo relatos históricos a sede da fazenda foi construída em cima de um pequeno morro bem próximo a três pequenos poços, que na época localizavam-se onde hoje se encontram os açudes municipais, próximos ao centro, popularmente conhecidos como açude da cadeia e açude do óleo.
Atualmente existe três versões sobre o local exato da construção dessa fazenda. A primeira e mais aceita, nos diz que a casa foi construída na antiga rua Emereciana (atual rua Luiz Tomé), exatamente onde hoje se encontra os três casarões antigos, pertencentes a Fofinha. Por traz desses casarões, ainda existe os alicerces da antiga fazenda.
Antigos casarões da rua Luiz Tomé de Araújo - 2019 Local onde foi construída a fazenda que deu origem ao povoado de Pocinhos Créditos da Imagem: Eduardo Araújo
A segunda hipótese afirma que a fazenda foi construída próximo onde posteriormente foi construída a primeira capela da cidade, hoje nossa Igreja Matriz. E a terceira versão diz que casa-grande foi erguida no sopé do lajedo, no mesmo lugar onde hoje encontra-se a Casa de Caridade.
Para alguns pesquisadores, antes da construção dessa casa em Pocinhos, José Ayres construiu a sede de sua fazenda no Sítio Bravo, e só depois mudou-se para próximo dos três pocinhos.
Nesta época, as fazenda eram construída à base de pau-a-pique ou taipa, com uso de grandes toras de madeiras selecionadas e revestimento de barro de formigueiro, pela resistência ao contato das chuvas, tendo ao redor alguns currais. Como mostra a ilustração criada para o Museu virtual de Pocinhos.
Gravura representativa da primeira casa construída em Pocinhos em 1790. Constante no Museu Virtual de Pocinhos
Neste mesmo ano em que foi construída a fazenda em Pocinhos, o povoado de Campina Grande, foi elevado à categoria de vila, passando a se chamar Vila Nova da Rainha. Além do vigário, Padre João Barbosa, e do oficial do reino, trinta e sete “homens-bons” assinaram o termo de elevação da vila, entre eles José Ayres Pereira, seus irmãos e José Alves Pequeno, proprietário do Sítio Algodão, entre Pocinhos e Olivedos.
Fonte:
RIBEIRO, Roberto da Silva. Pocinhos: O Local e o Geral. 2ª Edição. Campina Grande: RG Editora, 2013, p. 30.
ARAÚJO, Carlos Eduardo Apolínário. Retalhos Históricos de Pocinhos: Histórias que transcendem o tempo. Pocinhos-PB: I9 Comunicação, 2020, pp. 52-53.
