Fundação oficial de Pocinhos

Fundação oficial de Pocinhos

Com o êxito das rotas comerciais que passavam por Olho d’Água do Bravo e com o crescimento da povoação, surgiu a necessidade de o povoado ser reconhecido oficialmente. Para isso, era preciso construir uma capela autorizada. Tal exigência é simples de entender. Quando um proprietário construía uma capela, não doava só o prédio e o terreno onde ela estivesse, mas também cedia certa área em torno dela, em geral meia légua quadrada, que deixava de ser particular e passava a ser domínio comum, onde se poderia abrir ruas, distribuir lotes urbanos e erguer prédios públicos; sem isso, o povoado ficaria a pertencer a um só dono.

Em 1815, José Ayres Pereira pede, através do Padre Leonardo José Ribeiro, autorização à diocese de Olinda para edificar a capela em sua propriedade, que deixa de se chamar Olho d’Água do Bravo e passa a ser “ Pocinhos”.

A autorização da capela é o primeiro documento a exibir a denominação “Pocinhos” e não Olho d’Água do Bravo ou Olho d’Água de Bárbara Maria, como em escrituras anteriores.

O ano da autorização da capela (1815) é considerado, arbitrariamente, a data de fundação da cidade, embora, como viu-se, o lugar fosse conhecido havia meio século e habitado há três décadas. A capela foi construída no mesmo lugar onde hoje se encontra a atual matriz.

Gravura representativa da primeira capela de Pocinhos, construída em 1815. Constante no Museu Virtual de Pocinhos

Tanto “Olho d’água do Bravo” quanto “Pocinhos”, foram nomes dados a esta localidade, devido à existência de alguns poços, onde hoje se localiza o açude municipal, ao lado da cadeia pública.

O motivo mais provável para a troca do nome do povoado, é que “Pocinhos”, e não “Olho d’água do Bravo”, fosse o nome popular da localidade, e o padre Leonardo estivesse apenas dando curso à voz popular.