Resumo do Pleito
A primeira eleição para prefeito de Pocinhos, foi disputada entre as duas maiores lideranças políticas da época, Padre José Gavão e Ottoni Barreto.
Padre Galvão foi um dos principais articuladores que batalharão pela a emenciapação política de Pocinhos em 1953. Sua influência no município e junto ao Governador, era tanta, que coube a ele indicar quem seria o prefeito interventor de Pocinhos, ou seja, aquele que administraria a cidade de 30/12/1953 a 30/11/1955.
Vale lembrar que antes de se candidatar a prefeito de Pocinhos, Galvão era além de padre um dos principais cabos eleitorais do PSD, chegando a ter seu nome indicado para disputar a prefeitura de Campina Grande. E em 1954 foi um dos candidatos a Deputado Estadual, conseguindo ficar entre os suplentes.
Ottoni Barreto por sua vez era um grande empresário, dono de várias propriedades e empreendimentos, entre as quais, a Usina do Olho d’Água, uma das maiores beneficiadoras de algodão e sisal do Nordeste.
Políticamente, Ottoni era o cabo eleitoral da UDN na região, chegando a se eleger como vereador de Campina Grande em 1947. Em 1951, Ottoni tentou se reeleger como vereador de Campina, porém não obteve exitor.
Apesar de serem adversários políticos, Galvão e Ottoni, eram bons amigos e lutaram juntos pela a emancipação política do município e pela implantação do sisal na região.
No entanto, como ocorre em quase todas as campanhas políticas, após o início da campanha, acirranse as rivalidades, ao ponto de Ottoni Barreto, afirmar publicamente que deixaria a religião católica e fecharia a sua Usina, se perdesse o pleito.
Outro destaque dessa campanha foi a escolha dos candidatos a vice-prefeito que nesse tempo eram votados separadamente, porém tinha grande inpacto na escolha no prefeito.
Ottoni escolheu para ser seu vice o agropecuarista pocinhense, Severino Victor Ferreira, que carreava para a oposição vários apoios do setor produtivo do sisal, justamente a classe de maior poder aquisitivo no município.
Já Padre Galvão escolheu o senhor Joaquim Limeira de Queiroz, para ser seu vice, uma respeitável liderança política do Distrito de Puxinanã. (Nesse tempo o distrito de Puxinanã pentencia a Pocinhos, e portando seu eleitorado participavam nas eleições pocinhenses.) Vale lembrar que como estratérgia política, Padre Galvão deixou para anuncia o seu Vice no último instante, assim a oposição não teria tempo de copiar sua idéia. E ainda se comprometeu publicamente a emancipar Puxinanã, um grande sonho de todos os puxinanaenses.
No dia 03 de outubro de 1955, ocorreu a primeira eleição municipal de Pocinhos. refletindo nas urnas as estratérgias de Padre Galvão, que venceu por uma diferença de 412 votos.
Observações Finais
Em setembro de 1957 Padre Galvão renunciou a prefeitura municipal de Pocinhos, para assumir uma vaga de deputado na Assembleia Legislativa da Paraíba.
Isso porque antes de candidatar-se a Prefeito de Pocinhos, Padre Galvão, havia se candidatado a uma vaga Deputado Estadual pelo PSD, na eleição de 03 de outubro de 1954, obtendo 2.135 votos no Estado, ficando entre os suplentes.
Com a saída do Padre a administração municipal de Pocinhos foi transferida para o Vice-prefeito Joaquim Limeira, o qual foi empossado no dia 26 de setembro de 1957, na Câmara de Vereadores, permanecendo do cargo por mais de dois anos (26/09/1957 a 30/11/1959).
Vale ressaltar ainda, que para justificar sua renuncia, Galvão, apresentou o forte argumento de que como Deputado estadual da base do Governador poderia carrear recursos, obras e serviços para Pocinhos, bem como lutar pela emancipação de Puxinanã.
Fonte:
Oliveira, Bismarck Martins de (Texto para o Livro ‘‘Pocinhos, 300 anos de sua história).
ARAÚJO, Carlos Eduardo Apolínário. Retalhos Históricos de Pocinhos: Histórias que transcendem o tempo. Pocinhos-PB: I9 Comunicação, 2020, pp. 130-131.