Irineu Joffily

Irineu Joffily

Irineu Joffily, nasceu em Pocinhos, na Fazenda Lajedo, no dia 15 de dezembro de 1843, filho do segundo matrimônio do fazendeiro e pioneiro de Pocinhos José Luiz Pereira da Costa com Isabel Americana de Barros. Como era de costume, nesse dia a parteira e as comadres defumavam o ambiente, com a queima de alfazema. O almanaque indicava como santos do dia “Irineu e Ceciliano”, por isso o menino foi levado à pia da antiga capela de Pocinhos com o nome de Irineu Cililiano, exatamente como estava escrito naquele velho calendário.

No ano de 1856, com treze anos de idade, Irineu foi enviado por seu pai para a cidade de Cajazeiras, onde ficou interno na escola do Padre Rolim, considerado o maior educador de toda a região. Nesse mesmo ano José Luiz faleceu, vitimado pela epidemia de cólera morbhus que arrasou com a Paraíba, e, inclusive Pocinhos, que teve ceifadas noventa e nove vidas, dos seus quatrocentos habitantes.

Em 1957, Irineu retornou a Pocinhos, e já encontrou sua mãe casada de novo com o comerciante do Recife, Joaquim Santiago Lessa, conhecido por “seu” Lessa, que também era viúvo, mas sem filhos. Isabel Americana era ainda jovem e bonita, com acentuados traços de índia, mas não teve outros filhos. Foram todos morar no Recife, onde seu Lessa tratava Irineu como filho, pagando seus estudos.

Em princípios de 1862, com dezoito anos de idade, Irineu estava matriculado na Faculdade de Direito do Recife. E no dia 7 de de março de 1864, o Diário de Pernanbuco, publicou a seguinte declaração: ” O academico Irineu Ceciliano Pereira da Costa faz público que d’ora em diante chamar-se-á Irineu Ceciliano Pereira Joffily “Ele próprio explicou aos filhos que se tratava de uma homenagem ao seu pai, José Luz, com o seguinte arranjo: de josephus fillii (Filho de José) chegou a joffily, com ff em vez de ph, e substituindo o final ii por y.

Em fins de 1866, Seu Lessa mudou-se definitivamente, para Pocinhos, estabelecendo-se com uma venda de molhados (provavelmente a primeira casa comercial da pequena povoação). Joffily já com sua carta de bacharel foi nomeado Promotor Público de São João do Cariri, onde residiu os primeiros seis meses de 1867.

No ano seguinte (1868) foi nomeado Juiz municipal de Campina Grande, por quatro anos.

Em 8 de janeiro de 1871, casou-se com Rachel Olegária, natural de Alagoa Nova, filha do coronel João Martins Torres Brasil, um português ali radicado e Maria do Carmo Torres, com quem teve doze filhos, dos quais apenas sete alcançaram a maioridade. Depois de casado, Joffily passou a residir, definitivamente, em Campina Grande, com uma casa no centro da cidade e um sítio em Bodocongó.

Rachel Olegario Jofilly (nascida Torres Brasil)

Enveredando na política partidária, elegeu-se vereador em Campina Grande (1877-1880) e deputado Provincial (Hoje, Deputado Estadual), pelo Partido Liberal, nas seguinte legislaturas: 1868/69, 1878/79, 1880/81, 1884/85, 1886/87, e 1888/89. Joffily ainda foi eleito para o cargo de Deputadp Geral (Hoje, Deputado Federal), em 1889, porém não chegou a tomar posse, muito embora já estivesse no Rio de Janeiro, em face do golpe que proclamou a República.

Irineu Ceciliano Pereira Jofilly

Em 1888, juntamente com o engenheiro Francisco Retumba, Joffily fundou o “A Gazeta do Sertão”, primeiro jornal semanário de Campina Grande, considerado na época o melhor jornal do interior da Paraíba, onde foi publicado importantes artigos sobre a história, geografia e etnografia da Paraíba, além de suas idéias políticas, que muito incomodaram o então Presidente (Governador) da Província, Venâncio Neiva, apontado como o principal responsável pela destruição da redação da Gazeta do Sertão, em 1891.

Os números da Gazeta eram impressos às sextas feiras e apareciam aos sábados, que era o dia de feira. Da Capital da Província, do Recife e de todo o sertão paraibano, até Cajazeiras, vinha colaboração para a Gazeta. Ao todo foram 131 edições publicadas nos 4 anos de existência do Gazeta do Setão.

Primeiro número do Gazeta do Sertão que circulou em 1º de setembro de 1888

Joffily era sócio correspondente do Instituto Histórico e Arqueológico de Pernambucano e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Publicou: “Notas sobre a Parahyba” em 1892 “Sinopses das Sesmarias”, publicados em 1894. obras estas que todo o pesquisador e historiador da Paraíba tem a obrigação de conhecer bem.

Notas sobre a Parahyba - 1892

Clique aqui para mais informações sobre o livro: Notas Sobre a Parahyba.

Retornando a Campina Grande, Joffily começou a sentir os primeiros sintomas de uma grave doença na pele, afastando-se definitivamente da política.

Até agosto de 1901, ainda vamos encontrar na A União da capital da Paraíba as últimas crônicas de Joffily com o pseudônimo de Índio Cariri. Escrevia com a pena mal segura nos dedos já deformados pela terrível moléstia:

"Apesar do retiro obrigatório em que me conservo (diz ele), vou dar publicidade a algumas idéias... Escrevo recostado em minha rede, sobre um livro, e a minha letra tranformando-se em verdadeiras garatujas... Não me envergonho da enfermidade que da Providencia recebi. Procuro imitar Jó...Vejo aproximar-se a morte e não a temo..."

Joffily, morreu quatro meses depois, no dia 7 de fevereiro de 1902, aos 58 anos de idade, na cidade de Campina Grande, acometido de hanseníase. Hortêncio Ribeiro conta-nos o seu enterro:

“Era um dia de Sábado triste e nevoado, quando da porta da venda de molhados de meu pai, eu menino vi atravessar por baixo dos gameleiras que ensombravam a Praça da Independência um entêrro pobre, cujo modesto ataúde era conduzido por matutos de sacos às costas. Na minha curiosidade infantil perguntei à minha mãe quem era o morto que ia sendo levado ao cemitério por caipiras de pés no chão. Minha mãe me segredou baixinho que era o entêrro de um dos maiores filhos da Paraíba. JOFFILY foi conduzido à sua última morada, no cemitério do Carmo, por pessoas do povo, humildes trabalhadores rurais, no seio dos quais tinha convivido, como defensor e patrono dos miseráveis nas mais árduas causas jurídicas”.

Por conta das causas do seu falecimento, todo o seu acervo pessoal, de documentos, anotações, livros, fotografias e outros papéis, foram queimados, o que causou irreparável perda para a nossa história.

O corpo de Irineu Joffily foi sepultado no cemitério do Monte Santo em Campina Grande, onde esta até hoje.

Tumulo de Irineu Joffily no Cemitério Monte Santos em Campina Grande

Alguns descendentes de Irineu Joffily

Dos doze filhos de Irineu Joffily, apenas sete atingiram a maior idade: Joffily Pereira, Rachel Joffily de Azevedo, João Irinêo Joffily, Irenne Joffily Pereira da Costa, José Irinêo Joffily, Irinêo Joffily, e, Marieta Joffily (1889-1966). Morreram ainda na infancia: José Pereira, Maria do Carmo, Maria Ceciliana, Maria da Conceição, Luiz e Maria Izaura.

Entre os descendentes de Ireneu Joffily, podemos destacar:

Irinêo Jofilly Filho

Filho de Irineu Joffily – Nasceu em Campina Grande (PB) no dia 14 de setembro de 1886. Foi Advogado, Juiz, Deputado Estadual e Federal, e interventor do Rio Grande do Norte.

Irineu Joffily nasceu em Campina Grande (PB) no dia 14 de setembro de 1886, realizou seus primeiros estudos no Colégio Diocesano, na capital paraibana. Cursou o secundário em Natal, nos colégios Santo Antônio e Ateneu, transferindo-se em seguida para Recife, onde freqüentou a Faculdade de Direito e se bacharelou em 1909. De volta a seu estado natal, lecionou no Colégio Pio X até ser nomeado, em 1913, diretor da Instrução Pública e da Escola Normal. Em 1924 foi eleito deputado estadual, sendo convidado quatro anos depois para o cargo de chefe de polícia do governo estadual, chefiado por João Pessoa. Declinando do convite, exerceu o mandato parlamentar até 1930.

No início desse ano, a sucessão presidencial dominou a vida política nacional. João Pessoa era candidato a vice-presidente da República na chapa da Aliança Liberal, coligação oposicionista também apoiada por Irineu Joffily, e a Paraíba experimentava grande efervescência política. Em fevereiro, no auge da campanha eleitoral, eclodiu um movimento separatista em Princesa, hoje Princesa Isabel (PB), ocasião em que o governo federal foi acusado pelos aliancistas de favorecer os revoltosos. A derrota da chapa oposicionista nas eleições de março e o assassinato de João Pessoa, ocorrido em Recife no dia 26 de julho, acirraram ainda mais os ânimos, levando populares a lotarem sistematicamente as dependências do teatro Santa Rosa, onde funcionava então a Câmara estadual, cantando e agitando lenços vermelhos em apoio à Aliança Liberal. Na segunda quinzena de agosto, quando se discutia a mudança do nome da capital paraibana para João Pessoa — o que foi feito em 14 de setembro —, Irineu Joffily pronunciou veemente discurso atribuindo explicitamente ao governo de Washington Luís a responsabilidade pela revolta de Princesa, que, nessa época, já estava bastante enfraquecida. “O que queremos”, afirmou, “é que o governo federal, pública e francamente, condene o levante, efetive a ausência de auxílio aos trabuqueiros e não corte, como tem feito, toda possibilidade da Paraíba se defender.”

Em setembro de 1930, estavam adiantados os preparativos para à deflagração de um levante contra o governo federal, patrocinado por setores da Aliança Liberal e militares ligados ao movimento tenentista. Iniciada no dia 3 de outubro em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, a revolução foi rapidamente vitoriosa nesse estado, de onde se difundiu para todo o Nordeste. No dia seguinte, formou-se o primeiro governo revolucionário na Paraíba, chefiado por José Américo de Almeida e tendo Irineu Joffily no cargo de chefe de polícia. A colaboração de ambos, contudo, foi interrompida poucos dias depois, quando um grave desentendimento levou Joffily à renúncia.

As colunas revolucionárias oriundas da Paraíba entraram em Natal no dia 5 de outubro, depois da fuga do presidente do estado, Juvenal Lamartine, substituído então por uma junta provisória formada pelo coronel Luís Tavares Guerreiro e os tenentes-coronéis Abelardo Torres da Silva Castro e Júlio Perouse Pontes, que governaram o estado durante seis dias. Nesse período, desenvolveram-se as articulações para a formação de um novo governo, principalmente em torno dos nomes de João Café Filho, líder aliancista local, e José Augusto Bezerra de Medeiros, ex-presidente do estado. Com a chegada do capitão Juarez Távora, chefe supremo da revolução no Nordeste, as consultas ganharam caráter conclusivo, recaindo finalmente a escolha sobre Irineu Joffily que, apesar de não morar no estado, ali possuía vínculos familiares através dos parentes de sua esposa. Segundo Café Filho, partiu dele próprio a indicação de Joffily, aceito por Juarez Távora e empossado no cargo de governador revolucionário em 12 de outubro. No dia 24 desse mês, a revolução consolidou seu triunfo com a derrubada, no Rio de Janeiro, do presidente Washington Luís.

Em 23 de novembro, o Governo Provisório chefiado por Getúlio Vargas confirmou a indicação de Joffily para o governo potiguar, nomeando-o interventor federal no estado. Entretanto, a escolha de Café Filho para a chefia de polícia e a promoção de seus correligionários provocaram a hostilidade dos políticos tradicionais do estado contra o interventor. Descrito por José Maria Furtado, em suas memórias Vertentes, como “homem de caráter íntegro”, dotado de uma espécie provinciana de temperamento incorruptível, suas intenções moralizadoras acirraram esses atritos.

Uma das suas primeiras providências como interventor foi “ativar a revisão de todos os atos dos poderes Legislativo e Executivo estaduais e municipais, a fim de serem declarados insubsistentes os que forem nulos por falta de preenchimento de formalidades legais, ou por serem evidentemente prejudiciais aos interesses do estado e dos municípios”. Baseado em decreto de sua autoria que, datado de 7 de novembro de 1930, revogava dispositivos do Código de Processo Civil do estado, Irineu Joffily aplicou penalidades financeiras a uma grande firma exportadora de algodão, M. F. Fonte, acusada de sonegação fiscal. O assunto envolveu um dos líderes da Revolução de 1930, João Neves da Fontoura, que havia montado no Rio de Janeiro um escritório de advocacia para onde afluíam questões oriundas das punições aplicadas pelos interventores revolucionários contra danos à Fazenda Pública. Com o apoio de João Neves da Fontoura, as pressões contra Joffily aumentaram, levando-o à renúncia no dia 28 de janeiro de 1931. Ainda por indicação de Juarez Távora, foi substituída no cargo pelo tenente Aluísio de Andrade Moura, comandante do 29º Batalhão de Caçadores, sediado em Natal.

Em maio de 1933, elegeu-se pela Paraíba deputado à Assembléia Nacional Constituinte na legenda do Partido Progressista, fundado pouco antes sob orientação de José Américo de Almeida e amplamente vitorioso nesse pleito. Membro da comissão executiva desse partido, Joffily foi o líder da bancada paraibana que integrou o bloco da maioria parlamentar na Constituinte e, nessa condição, participou da escolha do nome do deputado baiano Antônio Garcia Medeiros Neto para o exercício das funções do líder da maioria. Embora normalmente apoiasse o governo federal, Joffily discordou de Osvaldo Aranha, ministro da Fazenda, na questão referente à discriminação de rendas entre o governo federal e os estados, defendendo, nesse particular, junto com as pequenas bancadas, as disposições existentes na Constituição de 1891. Seu ponto de vista foi vencedor, mantendo-se, na Carta de 1934, o imposto de exportação no âmbito estadual

Coube a Irineu Joffily a iniciativa de propor a suspensão dos trabalhos da Constituinte no dia em que João Pessoa completaria 56 anos de idade, obtendo também o registro em ata de um voto de saudade e reconhecimento aos serviços por ele prestados à República. Depois da aprovação pela Assembléia de uma moção de apoio ao decreto de anistia assinado por Vargas em 29 de maio de 1934, Joffily integrou uma comissão parlamentar que foi apresentar pessoalmente os votos de louvor ao chefe do Governo Provisório.

Em 16 de julho de 1934 foi promulgada a nova Constituição e no dia seguinte Vargas foi eleito presidente da República. Em seguida, Joffily renunciou ao seu mandato parlamentar que, como os demais, havia sido prorrogado até a expedição dos diplomas dos novos deputados que seriam eleitos em outubro. Em 1935, foi nomeado juiz federal no território do Acre, onde permaneceu até 1937. A partir da decretação do Estado Novo (10/11/1937), exerceu, durante 20 anos, o cargo de juiz pretor no Rio de Janeiro, aposentando-se em 1957. Retirou-se então da vida pública, vindo a falecer em Brasília no ano de 1964.

Informações da Fundação Getúlio Vargas. http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/joffily-irineu

Dom João Filho

Filho de Irineu Joffily – Nasceu em Campina Grande (PB) no dia 24 de maio de 1878. Foi nomeado como bispo de Olinda-PE e do Amazonas-AM. Mas tarde foi  nomeado Arcebispo de Belém do Pará.

João Irineu Joffily, nasceu em Campina Grande no dia 24 de maio de 1878. Filho de Irineu Ceciliano Pereira Joffily e Raquel Olegário Torres Joffily. Foi ordenado sacerdote no dia 17 de fevereiro de 1901, aos 22 anos de idade.

Episcopado

Foi eleito bispo no dia 18 de agosto de 1914, aos 36 anos de idade. Designado como bispo coadjutor de Olinda, Pernambuco. Foi ordenado bispo no dia 13 de junho de 1915, pelas mãos de Dom Luís Raimundo da Silva Brito, Arcebispo de Olinda, e de Dom Santino Maria da Silva Coutinho e de Dom Moisés Ferreira Coelho.

Permaneceu na Arquidiocese de Olinda até 4 de maio de 1916, quando foi nomeado Bispo da Diocese do Amazonas. Permanecerá nesta função até 27 de março de 1924, quando de sua nomeação como Arcebispo de Belém do Pará.

Arcebispo de Belém do Pará

Tomou posse em Belém no dia 23 de janeiro de 1925. Durante seu governo reformou o cabido metropolitano, fechou o Seminário, regularizou as relações com a Santa Casa.

Instalou casas religiosas de algumas congregações: Padres Lazaristas e Salesianos e as Irmãs do Bom Pastor.

Ao tentar disciplinar o Círio de Nazaré foi duramente reprovado pelo povo em geral e pelas autoridades civis.

Renunciou em 1º de maio de 1931. Faleceu no Asilo São Luís, Rio de Janeiro, a 25 de abril de 1950, aos 71 anos de idade.

Fonte: Wikipédia https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Irineu_Joffily

José Joffily

Neto de Irineu Joffily – Filho de Marieta Joffily Bezerra de Mello – Nasceu em Campina Grande no dia 25 de março de 1914. Foi Jornalista, advogado, empresário, escritor e político.

José Joffily Bezerra de Melo nasceu em Campina Grande (PB) no dia 25 de março de 1914, filho de Antônio Bezerra de Melo, funcionário público, e de Maria Joffily Bezerra de Melo, professora. Entre seus familiares, destacou-se Irineu Joffily, interventor federal no Rio Grande do Norte de 1930 a 1931 e deputado pela Paraíba à Assembléia Nacional Constituinte em 1934.

Advogado e jornalista, fez o curso primário no Grupo Escolar Tomás Mindelo e o secundário no Liceu Paraibano e no Colégio Diocesano Pio X, ambos na capital paraibana. Ainda estudante secundarista, apoiou o movimento que resultou na Revolução de 1930, tendo participado do assalto ao 22º Batalhão de Caçadores, em João Pessoa.

Em 1935 foi acusado de envolvimento no levante deflagrado pelos comunistas em nome da Aliança Nacional Libertadora no mês de novembro, com o objetivo de derrubar o governo de Getúlio Vargas e implantar no país um “governo popular revolucionário”. O movimento eclodiu em Natal no dia 23, estendendo-se depois a Recife e ao Rio de Janeiro. O malogro da insurreição desencadeou violenta reação por parte do governo, que determinou a prisão não apenas de comunistas, mas também de milhares de oposicionistas das mais distintas tendências políticas. Detido, Joffily teve negado pela Corte Suprema — como era então chamado o Supremo Tribunal Federal — o habeas-corpus impetrado em seu favor em fevereiro de 1936, sendo libertado somente mais tarde. Cursou as faculdades de direito da Universidade do Rio de Janeiro e de Recife, bacharelando-se por esta última em dezembro de 1938.

Antes de iniciar a carreira política, ocupou os cargos de assistente técnico do Departamento de Cooperativismo do estado da Paraíba, em 1939, de diretor comercial dos Serviços Elétricos da Paraíba, de promotor público em Pernambuco, em 1940, de diretor da Penitenciária Agrícola de Itamaracá (PE), de 1941 a 1942, e de secretário estadual de Agricultura, Viação e Obras Públicas da Paraíba, de 1942 a 1945, durante a interventoria de Rui Carneiro (1940-1945). Participou ainda, como representante paraibano, do Congresso de Estudos dos Vales Úmidos do Nordeste, realizado em Natal em 1943.

Com a redemocratização do país em 1945, elegeu-se em dezembro desse ano deputado pela Paraíba à Assembléia Nacional Constituinte na legenda do Partido Social Democrático (PSD), do qual foi um dos fundadores em seu estado. Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte, manifestou-se em defesa da propriedade estatal do subsolo e das quedas d’água, tese que se transformou no artigo 152 da nova Constituição. Com a promulgação da nova Carta (18/9/1946), passou a exercer o mandato legislativo ordinário e ainda nessa legislatura presidiu a Comissão Permanente de Agricultura e Política Rural da Câmara dos Deputados.

Reeleito em outubro de 1950 e de 1954, viajou em 1955 para Roma como delegado do Brasil junto à Conferência Anual da Food and Agriculture Organization (FAO), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) com sede na capital italiana. De abril de 1956 até o final da legislatura, em janeiro de 1959, seria líder e vice-líder da maioria e do PSD na Câmara dos Deputados, tornando-se também um dos fundadores da Frente Parlamentar Nacionalista (FPN). Lançada na Câmara através de um manifesto divulgado em 1956 e composta por deputados do Partido Socialista Brasileiro (PSB), do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), da União Democrática Nacional (UDN) e do PSD, entre outros, a FPN constituiu um grupo de pressão defensor de uma plataforma nacionalista, destacando-se entre suas reivindicações a regulamentação da remessa de lucros para o exterior e o controle estatal sobre a exploração dos recursos naturais básicos. Jof- fily integrava o grupo de trabalho da FPN designado para estudar os problemas relacionados com o aumento do custo de vida.

Entre 1957 e 1959, juntamente com Gabriel Passos, Dagoberto Sales, João de Seixas Dória, Aliomar Baleeiro e outros, atuou na comissão parlamentar de inquérito (CPI) formada para apurar as atividades políticas da Esso e da Shell no Brasil. Em 1958 participou também da CPI destinada a investigar as conseqüências da Instrução nº 113 da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) sobre a economia do país. Integrou ainda uma CPI sobre a crise no setor nacional de transporte aéreo e foi membro da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Ainda em 1958 fez parte da delegação brasileira à XIII Sessão da Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque, e, no pleito de outubro, reelegeu-se para seu quarto mandato consecutivo.

Em 25 de agosto de 1961, com a renúncia de Jânio Quadros, a presidência da República foi formalmente ocupada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Pascoal Ranieri Mazzilli, já que o vice-presidente João Goulart se encontrava em viagem oficial à República Popular da China. O poder efetivo concentrou-se, todavia, nas mãos dos três ministros militares que compunham a junta: general Odílio Denis, do Exército, almirante Sílvio Heck, da Marinha, e o brigadeiro Gabriel Grün Moss, da Aeronáutica. Por ocasião do envio da mensagem de Mazzilli ao Congresso Nacional, datada de 28 de agosto e na qual era comunicada a posição contrária desses ministros à posse de Goulart na presidência da República, Joffily levantou uma discussão quanto à possibilidade de que essa mensagem tivesse sido apresentada sob coação. Argumentou que, pouco antes da divulgação do documento, Mazzilli, na presença de diversos parlamentares, assegurara sua decisão de transmitir o cargo ao vice-presidente, seu sucessor legal, e a disposição deste em ser empossado. Como solução para a crise política e diante do apoio oferecido a Goulart pelo governo e pelo comando militar do Rio Grande do Sul, o Congresso aprovou em 2 de setembro a Emenda Constitucional nº 4, que instituiu o parlamentarismo no país, embora previsse para o início de 1965 a realização de um plebiscito que decidiria sobre sua continuidade. Cinco dias depois, Goulart assumiu afinal a presidência.

Como representante da FPN, Joffily foi relator da Comissão Especial de Reforma Agrária na Câmara dos Deputados, a qual propôs um substitutivo ao anteprojeto de reforma agrária, na tentativa de congregar as sugestões já apresentadas sobre a matéria e satisfazer as várias correntes partidárias atuantes no Legislativo. Em 1962 esteve na Paraíba, juntamente com a Comissão das Ligas Camponesas, para averiguar denúncias de violências cometidas por militares que efetuavam manobras no município de Sapé, sede da Liga Camponesa do estado. Segundo informação prestada pelo general Artur da Costa e Silva — à época comandante interino da 7ª Região Militar, sediada em Recife —, a manobra tinha por finalidade a busca e a apreensão de armas do Exército que se supunha estarem em posse da população civil daquele local.

José Joffily marcou sua atuação no plenário da Câmara por discursos sobre temas econômicos e sociais significativos no contexto nacional, como a reforma agrária, o voto dos analfabetos, a legislação social, o monopólio estatal do petróleo, o Plano Marshall para o Nordeste — nele incluindo-se a cessão da ilha de Fernando de Noronha —, o Plano Salte, o aproveitamento da energia hidrelétrica do rio São Francisco, a nacionalização dos bancos estrangeiros de depósito e a criação de um órgão para planejar e coordenar a solução dos problemas do Nordeste. Em outubro de 1962 concorreu ao Senado na legenda do Partido Socialista Brasileiro (PSB), mas não logrou eleger-se. Em janeiro de 1963 deixou em definitivo a Câmara dos Deputados e dois meses depois foi designado membro do Conselho Nacional de Economia.

Após o movimento político-militar de 31 de março de 1964, em 10 de abril daquele ano teve seus direitos políticos suspensos por dez anos por força do Ato Institucional nº 1, editado no dia anterior pela junta militar que ascendeu ao poder com a deposição do presidente João Goulart. Posteriormente à sua cassação, foi preso no Rio de Janeiro em fins de 1965, só sendo posto em liberdade em janeiro do ano seguinte graças a um habeas-corpus concedido por unanimidade pelo Superior Tribunal Militar. Passou então a se dedicar às atividades literárias e empresariais, radicando-se em Londrina (PR), onde, em 1977, assumiu o cargo de diretor-presidente da Herbitécnica Defensivos Agrícolas. Foi também diretor do Grupo Financeiro Campina Grande. Em agosto de 1979, foi beneficiado pela anistia decretada pelo presidente João Figueiredo (1979-1985).

Faleceu em Londrina no dia 9 de janeiro de 1994.

Era casado com Maria José Mindelo Joffily Bezerra, com quem teve dois filhos.

Autor de diversos trabalhos sobre assuntos econômicos em jornais e revistas especializadas, publicou Industrialização da Paraíba (1945), O Plano Salte no desenvolvimento do Nordeste (1948), Fatos e versões (1976), Distorções e revisões (1977), Revolta e revolução: cinqüenta anos depois (1979), Anaide Beiriz: paixão e morte na Revolução de 1930 (1980), Brasília e o desenvolvimento do Nordeste, Brasília e o desenvolvimento econômico, Aplicação de capital nos territórios e Problemas de reforma agrária.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas – https://www.camara.leg.br/deputados/130814/biografia

Geraldo Irinêo Joffily

Neto de Irineu Joffily, filho de Irineu Joffily Filho – Nasceu em João Pessoa no dia 6 de julho de 1917. Foi escritor, Advogado e Juiz, chegando a ser promovido a Desembargador do TJDFT e Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF).

DADOS PESSOAIS
NOME: Geraldo Irinêo Joffily
FILIAÇÃO: Irenêo Joffily e Sara Barreto Joffily
DATA DE NASCIMENTO: 6/7/1917
LOCAL DE NASCIMENTO: João Pessoa – PB
CÔNJUGE: Christina Rose Marie Joffily
NACIONALIDADE: brasileira
APOSENTADORIA: 25/7/1984
FALECIMENTO: 26/9/1985

ESCOLARIDADE
Curso Superior: Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro, 1934.

CARGOS OCUPADOS

No Rio de Janeiro:

– Nomeado Juiz de Direito Substituto da Justiça do Antigo Distrito Federal, em 16/01/1947;
– Promovido por antiguidade a Juiz de Direito da Justiça do Antigo Distrito Federal, em 04/08/1951.

Em Brasília:

– Nomeado Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), em
11/05/1960;
– Assumiu o cargo de juiz eleitoral e promoveu as primeiras eleições em Brasília, em 1960;
– Posto em disponibilidade (preso por 15 dias), durante a ditadura militar, em 08/10/1964;
– Reintegrado, pelo processo de anistia de 1979, ao cargo de Juiz de Direito do TJDFT, em
23/06/1980;
– Promovido por antiguidade a Desembargador do TJDFT, em 2/4/1981;
– Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), em maio de 1984;
– Aposentou-se no cargo de Desembargador, em 25/07/1984.

OUTROS TÍTULOS

– Outorgado, in memoriam, com a comenda da Ordem do Mérito Judiciário do Distrito Federal e dos
Territórios no grau de Grã-Cruz pelo Conselho Tutelar da referida ordem (PRT OMJDFT 001, de
24/1/2002).

TRABALHOS PUBLICADOS

– O Acre Desconhecido. Rio de Janeiro, 1940.
– Zorobabé (baladas), 1964.
– Um cronista do Sertão no Século Passado. Edição Cultural de Campina Grande, 1965.
– L´inscription Phénicienne de Parahyba, un document apocrypre. Publicado na Zeits der Deutschen
Morgenlandischen Gesellschaf (RFA), band 122, 1972.
– A morte da Cobra Mãe do Rio. In: Correio das Artes, Paraíba, 17/10/1977.
– Atividades de um Juiz. Brasília: s.ed., 1964?
– Notas Sobre a Parahyba de Irenêo Joffily. Brasília: Ed. Thesaurus, 1977.
– Brasília e sua Ideologia. Ed. Thesaurus, 1977.
– Quebra-Quilo, a revolta dos matutos contra os doutores. Brasília: Thesaurus, 1977.
– O Juiz na revolta da chibata. In: Estado de São Paulo – Suplemento Cultural, 19/11/1978.
– Atuação de João Pessôa como Magistrado. Anais do II Seminário Paraibano de Cultura, 1978.
– O Movimento Tenentista (1922-1924) e o Supremo Tribunal Militar. Anais do Cinqüentenário da
Revolução de 1930. Câmara dos Deputados, 1980.

Fonte: TJDFT https://www.tjdft.jus.br/institucional/gestao-do-conhecimento/centro-de-memoria-digital/biografias/26GeraldoIJoffly.pdf

José Joffily Filho

Bisteto de Irineu Joffily, filho de José Joffily – Naceu em João Pessoa em 27 de novembro de 1945. É Diretor, Roteirista, Produtor, Ator. Diretor, Roteirista, Produtor e Ator.

Nascido na cidade de João Pessoa, Paraíba, em 27 de novembro de 1945, José Joffily foi criado no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito pela UERJ. Trabalhou como fotógrafo freelancer para diversas revistas, entre elas O Cruzeiro, Realidade e Placar. Começou sua carreira cinematográfica dirigindo curtas em 1977, com Praça Tiradentes e Alô Tetéia. Alcançou maior destaque depois da repercussão de Galeria Alaska e Copa Mixta, ambos de 1979.

Estreou como roteirista em O Sonho Não Acabou (1982), e como diretor em Urubus e Papagaios (1985). Ficou famoso após o lançamento do longa A Maldição do Sanpaku (1991), e se estabeleceu como cineasta no premiado Quem Matou Pixote? (1996), vencedor de três Kikitos em Gramado: Melhor Filme, Roteiro e Troféu do Público.

Fonte: Papo de Cinema – https://www.papodecinema.com.br/artistas/jose-joffily/

Felipe Joffily

Bisneto de Irineu Joffily – Nasceu no Rio de janeiro em 1976. É um cineasta e produtor brasileiro. Seus principais filmes são E Aí… Comeu? e a franquia Muita Calma Nessa Hora, todos com Bruno Mazzeo.

Felipe Joffily (Rio de Janeiro, 1976) é um cineasta e produtor brasileiro. Seus principais filmes são E Aí… Comeu? e a franquia Muita Calma Nessa Hora, todos com Bruno Mazzeo.

Biografia
Joffily iniciou os estudos na área cinematográfica na faculdade de Comunicação na PUC-Rio, e depois de um bom tempo foi para os Estados Unidos, onde continuou os estudos na New York University School of Film, Video and Broadcasting. Ainda em Nova York, produziu e dirigiu alguns curtas-metragens, dentre eles You Know What I’m Talking About e Next Stop.

Estreou na direção em 2004, quando lançou Ódiquê?, que venceu os prêmios de melhor direção e melhor filme no Festival Internacional de Nova York. Em 2010, dirigiu a comédia Muita Calma Nessa Hora, filme visto por mais de 1,5 milhão de pessoas.[3] No ano seguinte, seu curta-metragem, Sobre o Menino do Rio foi selecionado para o Festival de Cannes 2011. Em junho de 2012, foi lançado o longa-metragem mais bem-sucedido de sua carreira como diretor, o filme E Aí… Comeu? que teve mais de 2,5 milhões de espectadores.

Atualmente, Felipe Joffily está envolvido na produção de Muita Calma Nessa Hora 2, com Bruno Mazzeo, Marcelo Adnet, entre outros. O longa está com a previsão de lançamento marcada para abril de 2014.

Felipe também dirige o programa Tá no Ar: a TV na TV.

Filmografia
2004 – Odiquê
2010 – Muita Calma Nessa Hora
2012 – E Aí… Comeu?
2014 – Muita Calma Nessa Hora 2
2014 – Os Caras de Pau em O Misterioso Roubo do Anel
2018 – Pulo do Gato

Fonte: Wikipédia https://pt.wikipedia.org/wiki/Felipe_Joffily

Fonte:

Oliveira, Bismarck Martins de (Texto para o Livro ‘‘Pocinhos, 300 anos de sua história).

RIBEIRO, Roberto da Silva. Pocinhos: O Local e o Geral. 2ª Edição. Campina Grande: RG Editora, 2013.

ARAÚJO, Carlos Eduardo Apolínário. Retalhos Históricos de Pocinhos: Histórias que transcendem o tempo. Pocinhos-PB: I9 Comunicação, 2020.

Câmara dos Depudados

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