Ocorrência de urânio em Pocinhos-PB – A anomalia de Sítio Bravo: Petrografia e Radiometria

Ocorrência de urânio em Pocinhos-PB – A anomalia de Sítio Bravo: Petrografia e Radiometria

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Ocorrência de urânio em Pocinhos-PB – A anomalia de Sítio Bravo: Petrografia e Radiometria
Autores: Ebenézer Moreno de Souza
Emerson E. de Farias
Crescêncio Andrade Silva Filho
Heldio Pereira Villar
Elvis J. de França
Clovis A. Hazin
Ano: 2012
Resumo:
A ocorrência uranífera de Sítio Bravo, Município de Pocinhos, Estado da Paraíba, Brasil, dista cerca de 50 km a noroeste de Campina Grande. Anteriormente, valores radiométricos da região encontrados acima da radiação de fundo foram considerados pontuais e restritos a um afloramento. Considerando-se a necessidade de detalhamento dessa anomalia, os estudos desenvolvidos neste trabalho visaram reconhecer a geologia e a radiometria associada, bem como o tipo de mineralização da rocha, os radionuclídeos presentes, suas respectivas atividades e frações de massa na rocha. Para isso, foram realizados perfis radiogeológicos perpendiculares às estruturas regionais e medições diretas de radioatividade utilizando cintilômetro. Também foram coletadas amostras de rocha nos afloramentos mineralizados existentes na porção mediana do perfil e na margem do riacho para análise por espectrometria gama de alta resolução. A rocha mineralizada é um granito de textura grossa a muito grossa, constituída de feldspato potássico (ortoclásio), plagioclásio, e muitos vazios. A descrição petrográfica em lâmina delgada revelou como minerais essenciais plagioclásio (albita-oligoclásio) e ortoclásio pertítico, enquanto os acessórios foram a biotita, inclusa nos grandes cristais alterados de plagioclásio, sericita, zircão, raros opacos (hematita) e pseudomorfos de biotita. Ocorrem alguns vacúolos decorrentes da lixiviação do quartzo (que está ausente). A lixiviação da sílica, a albitização, hematitização e o enriquecimento em urânio foram evidências de fenômenos do metassomatismo hidrotermal, responsável pela alteração do granito. Ao empregar espectrometria gama por meio de detector de germânio, as concentrações de atividade dos radionuclídeos na amostra de granitóide foram 19,2 kBq kg-1 ± 0,3 kBq kg-1 para 238U, 20,00 kBq kg-1 ± 0,10 kBq kg-1 para 226Ra, 2,02 kBq kg-1 ± 0,04 kBq kg-1 para 232Th e 0,40 kBq kg-1 ± 0,08 kBq kg-1 para 40K. A mineralização de urânio é epigenética, com origem metassomática, em que o urânio está associado à albitização, hematitização, lixiviação da sílica e enriquecimento do urânio na rocha hospedeira, similar a outras ocorrências no Nordeste.