Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, o país já era habitado por diversas povoações indígenas que por aqui viviam a milhares de anos.
Nesta época, as terras que hoje formam a Paraíba, era habitada por índios de dois grupos.
No litoral, viviam os Tupis, formados pelas tribos Tabajaras e Potiguaras. E no interior, viviam os Tapuias, formados pelas tribos Cariris e Tarairiús.
Os Tarairius viviam nas terras do Curimataú e do Sertão, junto a rios temporários, tendo rudimentos de agricultura; enquanto os cariris preferiam as margens de rios permanentes e os brejos.
Alguns pesquisadores acreditam que o território de Pocinhos era habitado pelos Tarairius, outros porém, afirmam que eram os cariris que aqui viviam.
“O atual município de Pocinhos, era habitadas pelos tarairiús, apesar de ficar próxima à área dos cariris, A região hoje chamada “cariri”, na Paraíba, diferente do Cariri cearense, era uma zona tarairiús, mas, como os portugueses chamavam tanto um povo quanto outro de cariri, gerou-se a confusão que deu origem ao atual topônimo. Mesmo os tupis já não faziam diferença entre um povo e outro’’.
[RIBEIRO, 2013, P. 19]
Os Tarairiús eram mais altos e corpulentos que os Cariris, possuíam muita força física, tinham a pele queimada, em tons de marrom, seus cabelos eram pretos, espessos e ásperos.
Eram desprovidos de pelos por todo corpo. Andavam praticamente nus, cobriam as partes íntimas com peças feitas de materiais rudimentares, extraídos da natureza.
Tanto os cariris quanto os tarairiús eram bravos guerreiros, que lutaram violentamente para não permitir que os portugueses se apossassem de suas terras .
Os cariris lutavam vestidos com uma túnica tecida de caroá, que os protegia dos espinhos da caatinga, e se armavam de pesadas espadas de madeira, além de arcos e flechas.
Os tarairiús preferiam usar machados de pedra polida de formato semilunar e os famosos dardos envenenados com veneno vegetal e de cobra que matava o inimigo mesmo com um pequeno ferimento.
Quando um guerreiro conseguia matar um inimigo com estas armas, deixavam-nas sobre o peito do morto: estes índios não portavam armas que já tivessem vitimado alguém.
Detalhes da Imagem:
A tela Dança Tapuia, foi a obra de Eckhout que mais chocou o público europeu.
A pintura mostra oito índios dançando, observados por duas índias.
O cenário, mostrado nesta imagem, revela coqueiros e à direita, no alto, há também um cajueiro.
Embaixo, aos pés de duas mulheres Tapuia, a zoologia é representada pela figura de um tatu.
A dança trata da preparação para o confronto com o inimigo e é realizada por oito índios Tapuia.
Os índios dançam para guerrear, enquanto as duas índias não integram o círculo da dança.
Mais envolvente ainda, nesta pintura, é a concepção de movimento, que o pintor elaborou com extrema habilidade.
Há um equilíbrio/harmonia de pernas e braços que formam um encadeamento sugestionável de ação.
As lanças no alto e uma das pernas sempre flexionadas são fundamentais para a transmissão da vitalidade representativa desta cena.
Estudos sobre o grupo Tapuia indicam que jovens homens e mulheres dançariam juntos ao cair da tarde, ocorrendo, portanto, a ideia de estágios na dança.
Outras pinturas retratando os Tarairiús
Obras situadas no museu nacional da Dinamarca.
Albert Eckhout foi um pintor e desenhista holandês, que dividiu com Frans Post a tarefa de retratar o Brasil para os europeus. De 1637 a 1644, documentou frutas, flores, animais e pessoas do Nordeste brasileiro com desenhos e telas. Ficou fascinado pelo que encontrou no Brasil. A maioria das telas tinha mais de dois metros de altura.