O ano de 1856, foi terrível para o povoado de Pocinhos, que teve quase a metade de seus habitantes dizimados por uma epidemia de cólera e por se localizar em zona endêmica da febre-amarela.
A miséria em que viviam os paraibanos contribuía para espalhar a moléstia. Segundo historiadores, nessa época era raríssimo o que possuía uma rede ou catre em que se deite. Só Areia, em todo o interior, possuía um médico; Campina Grande tinha apenas um cirurgião-barbeiro, isto é, uma pessoa que, além de aparar cabelos e fazer barbas, tirava dentes e encanava ossos quebrados.
Em junho, fez-se o levantamento do estrago. Trinta mil pessoas morreram na Paraíba. No município de Campina Grande, foram 1.313 óbitos, sendo 99 em Pocinhos, que deveria contar com apenas 250 habitantes. Entre os mortos também estava seu líder político, José Luiz Pereira da Costa, sobrinho de José Ayres Pereira.
Padre Ibiapina
Logo depois da epidemia de cólera, surgi Padre Ibiapina, também conhecido como ‘‘apóstolo do Nordeste’’, percorrendo vários estados do Nordeste em missões evangelizadoras, erguendo inúmeras casas de caridade, igrejas, capelas, cemitérios, cacimbas d’água e açudes.
Padre José Antônio de Maria Ibiapina, foi advogado, delegado de polícia e juiz de direto em Quixeramobim, chegando a se eleger deputado geral pelo Ceará.
Aos 47 anos abandonou a vida civil e se tornou padre decidindo peregrinar pelos sertões do Nordeste brasileiro evangelizando, e promovendo obras de ação social e educação.
Padre Ibiapina
Fonte:
ARAÚJO, Carlos Eduardo Apolínário. Retalhos Históricos de Pocinhos: Histórias que transcendem o tempo. Pocinhos-PB: I9 Comunicação, 2020, p. 60.