Pocinhos ganha sua nova igreja (1885)

Pocinhos ganha sua nova igreja (1885)

Por volta de 1885, o Padre Cônego Pequeno transformou a antiga capela de Pocinhos, construída em 1815, na mais nova igreja da região.

Alguns pesquisadores acreditam que a capela foi totalmente demolida, para em seu lugar, ser construída a nova igreja. Porém, outros afirmam que a capela passou por grandes reformas e ampliações, mas manteve boa parte de sua antiga estrutura.

O historiador Irineu Joffily, que na época visitou a obra, sempre ao mencionar sobre o assunto, usava as palavras ‘‘construída ou reconstruída’’, como pode ser visto abaixo.

Gazeta do Sertão,10 de maio de 1889, p. 2.

Francisco Alves Pequeno, mais conhecido como Cônego Pequeno, nasceu em Pocinhos em 1834. Em 1854 ordenou-se padre, sendo designado no ano seguinte, como vigário de Campina Grande, atividade que exerceu até 1859, quando renunciou à paróquia e passou a residir em Pocinhos. Foi eleito deputado provincial por três vezes: 1864/65, 1866/67 e 1868/69 (Nesse tempo o mandato era de dois anos).

Ao assumir seu lugar na Assembléia, votou assuntos relevantes, como a elevação de Campina Grande à cidade e a emancipação de Alagoa Nova, além de restabelecer a ‘‘cadeira de primeiras-letras” em Pocinhos.

Gazeta do Sertão,10 de maio de 1889, p. 2.

Em 1866, Padre Pequeno foi nomeado comissário da instituição Pública de Pocinhos, ficando encarregado de selecionar e pagar o professor de primeiras-letras do povoado.

Em 1869, Padre Pequeno conseguiu aprovar na Assembléia Provincial da Paraíba uma lei criando uma paróquia em Pocinhos, pois na época do império não havia separação entre igreja e Estado e a criação da freguesia dependia de beneplácitos civis e eclesiásticos e a boa vontade política. Porém a paróquia de Pocinhos só foi instalada de fato em 1909, ou seja, 40 anos depois.

O padre gostava de festas. Segundo dizem, era um homem simples e descontraído, dado mesmo a dançar e a tocar violão nas festinhas da vila.

Nos últimos anos de sua vida, decidiu morar com sua sobrinha Ana Francisca Alves Pequeno, na fazenda Lajedão, município de Soledade. Morreu no dia 28/06/1916 e foi sepultado no adro da Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Pocinhos, onde está até hoje.

Fonte:

RIBEIRO, Roberto da Silva. Pocinhos: O Local e o Geral. 2ª Edição. Campina Grande: RG Editora, 2013.

ARAÚJO, Carlos Eduardo Apolínário. Retalhos Históricos de Pocinhos: Histórias que transcendem o tempo. Pocinhos-PB: I9 Comunicação, 2020, pp. 68-69.