Primeiro proprietário das terras de Pocinhos

Primeiro proprietário das terras de Pocinhos

Em 1694, o Capitão Teodósio de Oliveira Ledo foi encarregado de eliminar os últimos focos de resistência dos índios. No segundo semestre de 1697, Teodósio partiu do Arraial de Piranhas (Pombal) levando como reféns os sobreviventes da tribo Ariús (Tarairiús e Cariris). Seu objetivo era fixar uma rota direta para a capital paraibana sem ter de se desviar por Pernambuco. Neste intento, o capitão seguiu para leste com sua comitiva. Ao chegar à região de Campina Grande, mais precisamente onde hoje está a feira central, Teodósio desistiu de arrastar os prisioneiros até a capital, eliminando grande parte destes.

Gravura representativa da chegada dos índios Ariús em Campina Grande, trazidos por Teodósio de Oliveira Ledo. Constante no Museu Histórico d e Campina Grande

Seguindo viagem, Oliveira Ledo voltou-se para o norte, atravessando os atuais municípios de Alagoa Nova e Alagoa Grande, de onde seguiu pelas margens do rio Mamanguape até o mar. Ao chegar à capital, aproveitou para requerer para si todas as terras entre as sesmarias (como eram chamadas as terras doadas pela Coroa) de Vital de Negreiros, na atual Ingá, até as glebas de sua família em Pombal, formando a fazenda Santa Rosa, cuja sede, Casa Grande de Santa Rosa, daria origem à cidade de Boa Vista. Nessas terras requeridas encontravam-se as que compõem o atual município de Pocinhos. 

Mapa da Paraíba, delimitando a Fazenda Casa Grande de Santa Rosa, pertencente a Teodósio de Oliveira Ledo.

Assim o Capitão Teodósio de Oliveira Ledo tornou-se o primeiro proprietário do território do que é hoje o município de Pocinhos, embora nunca chegasse a conhecê-lo.

Pocinhos passar a ser terras devolutas

Em 1724, Marquês de Pombal criou uma lei que limitava as sesmarias a três léguas de largura por uma de comprimento, ou seja, treze mil hectares.

Retrato do Marquês de Pombal, Museu Nacional de Soares dos Reis - Secretário de Estado dos Negócios Interiores do Reino

Tais dimensões, embora pareçam, hoje, exageradas, representaram uma boa redução no tamanho dos latifúndios. As sesmarias de Teodósio mediam trinta léguas, dez vezes mais do que a nova lei permitia.

Depois da nova lei, as propriedades dos Oliveira Ledo, que antes abarcava quase todo o interior paraibano, reduziram-se a uma faixa de terra serpenteante, seguindo os leitos dos rios e riachos mais importantes. Todos os outros milhares de hectares de terra, voltaram às mãos da Coroa Portuguesa, passando estas a se chamar terras devolutas.

Nessas terras devolutas localizavam-se as que formam o atual município de Pocinhos, que assim ficou por mais de quatro décadas.