Sítio Arqueológico Cabeça do Boi

Sítio Arqueológico Cabeça do Boi

Localização: Sítio Cabeça do Boi de Baixo – Pocinhos PB

Ponto de Referência: Distante a 10km da Sede do Município de Pocinhos, a 30km de Campina Grande e a 150km de João Pessoa.

Acesso: Margem Esquerda da BR 230, km186, a 5,4km da praça do meio do mundo, sentido Campina Grande – Soledade (PB).

Descrição: A Fazenda cabeça do Boi é um Importante sítio histórico, arqueológico e paleontológico do município. Possui uma área de 747,10 hectares e 10 ares, constante na partilha do arrolamento/Inventário de ZULEIDE MAGNO AYRES.

Sítio Histórico:

A Fazenda Cabeça do Boi pertenceu ao dinamarquês Cristiano Lauritzen, mais conhecido como “O Gringo”. Cristiano chegou a Campina por volta de 1880, como comerciante de jóias; pouco tempo depois, comprou a fazenda Cabeça do Boi, buscando ser reconhecido no circuito dos proprietários da Borborema. Em 1904 Cristiano foi nomeado prefeito de Campina Grande, que ficou sobre sua administração durante 19 anos seguidos, dando origem ao lema “tudo passa e o Gringo fica”.

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Cristiano Lauritzen e Família

Em 1892 a fazenda cabeça do boi serviu de refúgio para Epitácio Pessoa, sob a proteção de Lauritzen a esperar o momento para voltar à vida pública e torna-se presidente do Brasil.

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Epitácio Pessoa, presidente do Brasil entre 1919 e 1922.

Esta fazenda também faz parte da história do cangaço paraibano envolvida por Antônio Silvino que viveu nas terras da fazenda no início do século XX. Existem vários relatos que constatam a passagem do Cangaceiro pelo município. Antônio Silvino foi o mais famoso cangaceiro do Nordeste brasileiro antes de Lampião. Rotulado de “rifle de ouro”, “rei do Cangaço” e até de “governador do Sertão”, durante 16 anos organizou saques, assassinou políticos, ignorou a polícia e só respeitava as mulheres.

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Antonio Silvino e seu bando (em pé segundo a esquerda)

Sítio Arqueológico:

Na Fazenda Cabeça do Boi, existem várias formações rochosas, contendo inscrições rupestres e itacotiaras, indicando que o local foi habitado pelo homem primitivo. Além das pinturas avermelhadas, o sítio possui também algumas pinturas raras de cor preta.

Outra importância do sítio são os achados paleontológicos. Em escavações de tanques nas pedras rochosas, já foi encontrado vários fósseis de animais pré-históricos de grande porte, passíveis de estudos, demonstrando também que o local foi habitado por essas espécies da fauna extinta.

Em 2009, o arqueólogo Juvandi de Souza Santos e o paleontólogo Márcio Mendes estiveram na fazenda, onde comprovaram toda riqueza do local. Eles ficaram impressionados com a potencialidade do sítio e prometeram incluir o sítio em suas futuras pesquisas.

Em 2008 a Fazenda Cabeça do Boi foi declarada como improdutiva pelo instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Além disso, por meio de decreto presidencial, em dezembro do mesmo ano, a fazenda foi destinada para fins de reforma agrária.

Em maio de 2009, a fazenda foi palco de conflitos entre integrantes do MST, que tentaram ocupar a fazenda. A polícia foi acionada pela proprietária, que não aceitava a desapropriação de suas terras, visto o valor baixo da indenização oferecida pelo governo e a importância do sítio, um verdadeiro patrimônio Histórico e cultural do município. O caso teve grande repercussão na imprensa paraibana.

Em 2010, estive na fazenda representando a Secretaria de Cultura. Tive a oportunidade de conversar com os assentados, mostrando a importância do sítio não só para a História do município de Pocinhos, mas também para a História do nosso estado.

Confira abaixo algumas imagens desse Patrimônio Histórico do nosso município:

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