Usina do Olho D’Água, a maior desfibradora de sisal do nordeste

Usina do Olho D’Água, a maior desfibradora de sisal do nordeste

A Usina do Olho d’Água foi construída no final da década de 40 pelo industrial areiense radicado em Campina Grande o Sr. Ottoni Barreto Serrão.

Ottoni Barreto Serrão

Naquela época, não existiam “motores” de agave, a folha da planta era cortada nas plantações e enviadas in natura para as usinas onde era desfibrada.

Ottoni estabelecera no sítio olho d’água, a maior usina de desfibragem do nordeste, tornando-se assim influente no distrito.

A Ottoni e Cia processava doze caminhões de sisal por dia, a funcionar das seis às quatro da tarde.

Era um verdadeiro complexo industrial com uma usina bem equipada ( com grande esteiras, prensas, estaleiros, etc) armazéns, oficinas, reservatórios d’água, vila operária, escola, mercearia, igreja, entre outros.

Além de toda essa estrutura, foi construído no local uma bela igreja em homenagem a Nossa Senhora de Assunção.

Vista parcial dos armazéns da usina do Olho D’Água

A Usina começou a entra em dificuldade na década de 50, devido a introdução na região dos primeiros motores de agave, que permitiam desfibrar o sisal no campo.

Tempos depois o sisal começou a perder mercado, não só para outras fibras naturais, mais também para o Nylon, mais barato e resistente. Levando o fechamento da usina em meados da década de 60.

Em 1972, Ottoni Barreto faleceu deixando a usina para seus filhos. Um dos filhos comprou as partes dos demais herdeiros e planejava construí no local um ponto turístico com hotel e muitas outras coisas. Porém, num voo para os Estado Unidos, ele sofreu um infarte fulminante. Tempos depois, sua esposa vendeu o local para um Senhor, que segundo dizem, tinha ganhado um prêmio na loteria.

Mas tarde, o local foi dado como garantia de empréstimos e posteriormente tomado por inadimplência. Permanecendo nesta situação até os dias de hoje.

Curiosidade sobre o local:

*Na Usina funcionava uma feira todos os domingos.

*Um dos armazéns da usina funcionava como escola durante a semana. E nos finais de semana, este mesmo armazém, servia como clube. Onde se realizou muitas festas.

*Lá também existia “O Barracão” comercio que vendia praticamente de tudo.

*A Vila Operaria tinha mais de 20 casas.

*O local possuía uma oficina, comandada pelo sr. Euclides Silvestre.

Conheça um pouco mais sobre a história de Ottoni Barreto Serão. Clique Aqui.

Conheça um pouco mais sobre a história da Igreja do Olho D’Água. Clique Aqui.

Conheça um pouco mais sobre a história do sisal em Pocinhos. Clique Aqui.

Fonte:

Oliveira, Bismarck Martins de (Texto para o Livro ‘‘Pocinhos, 300 anos de sua história).

Pereira, Jônatas Rodrigues. Campina Grande. 2021.

RIBEIRO, Roberto da Silva. Pocinhos: O Local e o Geral. 2ª Edição. Campina Grande: RG Editora, 2013.

ARAÚJO, Carlos Eduardo Apolínário. Retalhos Históricos de Pocinhos: Histórias que transcendem o tempo. Pocinhos-PB: I9 Comunicação, 2020,